Boa noite colegas de turma, familiares, professores, Igreja Presbiteriana de Natal. Estamos reunidos aqui para celebrar o fim desse período tão importante das nossas vidas, agradecendo a Deus por ter estado na frente dos nossos passos por todos esses anos, e por ter nos dado o melhor e mais inspirado manual de Direito de toda a história.
Digo isso porque a Bíblia, na verdade, fala exatamente sobre a história de um advogado, graduado na mais renomada das universidades, enviado para advogar em favor de toda a humanidade, sempre que alguém cometer alguma falha, mesmo sem intenção.
Quando você comentou com seus amigos e familiares, ao longo desses 5 anos, que estava cursando Direito, sem dúvida alguém o perguntou se você teria coragem de se tornar advogado e defender criminosos terríveis, políticos corruptos, assassinos.
Certamente você pensou naquele inciso do artigo 5º da Constituição Federal, o qual fala que “aos litigantes […] e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa […]”, e você respondeu aos seus amigos que “ora, é necessário que alguém o defenda”.
Bom, da mesma forma como acontece nos ramos da justiça terrestre, nós também precisamos de advogado perante a Justiça Divinal, porque como escreveu o profeta Jeremias, “o coração do homem é enganoso, e desesperadamente corrupto” (Jeremias 17:9), o que demonstra que somos pecadores diante Deus.
Vale citar aqui as palavras de Paulo aos romanos sobre esse assunto: “Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim”. (Romanos 7:19,20).
Mas não temam, o socorro já foi providenciado, e é por essa razão que João nos lembra o seguinte: “Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo”. (I João 2:1). Em outras palavras, temos um advogado pronto para despachar diretamente com o juiz quando as coisas apertam naquele nosso processo, quando parece que nosso direito não é tão bom assim.
Também podemos lembrar que o apóstolo Paulo nos disse a seguinte frase: “Não estejais ansiosos de coisa alguma, mas em tudo, por oração e súplica, junto com agradecimento, fazei conhecer as vossas petições a Deus”. (Filipenses 4:6, 7).
E porquanto a Bíblia nos ensina que “há um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus” (Timóteo 2:5), não há outra forma de que Deus conheça das nossas causas a não ser por Ele, pelo nosso advogado.
Esse, ainda que não tenha culpa de falha alguma sobre si, escolheu assumir as consequências dos erros que nós cometemos, tomando para si as nossas dores e enfermidades, para que possamos ser livres (Isaias 53), para que o pecado não mais atormente nossos dias, corroa nossos corações.
Mas eu preciso avisá-los aqui de uma coisa. Pode até parecer que todo esse serviço advocatício é caro demais, que algum sacrifício pessoal é necessário para quitar as dívidas com o advogado, mas sobre isso vocês não devem se preocupar. O nosso advogado, Jesus Cristo, não nos cobrou qualquer tipo de honorários, não nos exigiu sacrifícios, nem deles se agrada. Antes pagou ele mesmo o preço dos nossos pecados, com seu sangue, de uma vez por todas.
Espero que agora, conhecendo esse homem tão formidável, vocês estejam se perguntando como tê-lo como advogado, como entregar-lhe a sua causa.
Os passos são simples. Necessário se faz que confessemos nossos pecados e falhas diante de nosso advogado, mediante o sincero arrependimento. Depois podemos contar para Ele nossos problemas e entregarmos nosso coração, para deixar que Ele nos oriente, nos dirija, nos cuide, nos proteja.
Como diria o salmista, “Entrega teu caminho ao Senhor, confia n’Ele, e o mais Ele tudo fará” (Salmo 37:5).
*Mensagem lida no Culto de Ação de Graças pela formatura no curso de Direito da UFRN 2016.2
*Mensagem lida no Culto de Ação de Graças pela formatura no curso de Direito da UFRN 2016.2
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