ESTUDO NA EPÍSTOLA AOS HEBREUS – Nº 08

ESTUDO NA EPÍSTOLA AOS HEBREUS – Nº 08

ESTUDO NA EPÍSTOLA AOS HEBREUS

Estudo nº 8

RECORDANDO:

Autor: desconhecido;

Destinatários: Líderes judeus que aceitaram a mensagem de que Jesus era o Messias, mas que estavam titubeantes em sua decisão, visto que a maioria dos judeus não aceitaram tal mensagem, e estavam considerando retornar à antiga fé.

Propósito: Restaurar a confiança dos irmãos e fortalecer a convicção de que tinham tomado a decisão correta.

– Jesus é apresentado de forma majestosa, como Deus e como homem, o Filho de Deus. É apresentado como superior aos anjos, superior a Moisés e a Josué, e o autor faz várias advertências sobre descrer no que foi dito anteriormente e insta seus leitores a permanecerem firmes na fé. No estudo anterior vimos como o autor apresenta Jesus como Sumo Sacerdote.

ADVERTÊNCIA CONTRA A APOSTASIA (5.11 – 6.12)

O trecho que comentaremos agora (5.11-14) está intimamente ligado ao trecho anterior. Veja que na NVI o trecho começa com “quanto a isso…” e na versão Almeida Revista e Atualizada (ARA) começa com “a esse respeito…”, ou seja, trata-se de um trecho no qual o autor faz referência direta ao que tratara anteriormente, o sumo sacerdócio de Cristo segundo a ordem de Melquisedeque.

Principia o autor afirmando que explicitar as verdades sobre o sumo sacerdócio de Cristo exigia uma maturidade espiritual que seus leitores não possuíam, pois “se tornaram lentos para aprender” (NVI) ou “tardios em ouvir” (ARA). Em complemento, afirma o autor que seus leitores já deveriam estar bem avançados no entendimento dos mistérios de Cristo, mas, ao contrário, demonstravam que necessitavam ser instruídos nos princípios elementares da palavra de Deus, qual seja: o arrependimento de atos que conduzem à morte, da fé em Deus, da instrução a respeito de batismos, da imposição de mãos, da ressurreição dos mortos e do juízo eterno“ (6.1-2).

O ensino sobre o sacerdócio de Cristo é comparado a alimento sólido, coisa de adulto. Mas seus leitores são comparados a crianças de colo que precisam de leite (princípios elementares) e não suportam o alimento sólido. Ou seja, os destinatários da carta aos Hebreus apresentavam comportamento errático justamente porque lhes faltava o embasamento doutrinário. Isto nos serve de alerta: sem uma boa doutrinação, sem um bom ensino, também corremos o risco de ficar perplexos com as intempéries da vida e enfraquecer nossa relação com Deus.

Avançando na comparação, o autor da carta afirma que os adultos são aptos para discernir tanto o bem quanto o mal, mas que tal capacidade não vem por acaso ou automaticamente, mas, antes, vem pelo exercício constante. Isto demonstra a responsabilidade que temos em perseverar nas disciplinas espirituais (oração, leitura bíblica, jejum, frequência aos cultos, estudo, reflexão). A superficialidade, bem como a fé sem reflexão, não é estimulada pela Palavra de Deus.

Os leitores da carta, então, são instados a se tornarem adultos, a prosseguirem rumo à maturidade.

Em prosseguimento, o autor produz um dos textos mais difíceis da Escritura (6.4-8). Sabemos que existem duas posições básicas a respeito da segurança dos salvos: 1) há os que dizem que “uma vez salvo, salvo para sempre”, e; 2) há os que dizem que a salvação pode ser perdida. O texto em apreço é problemático para ambas as posições, embora à primeira vista pareça endossar a posição nº 2.

Para a posição nº 1 a dificuldade é evidente. Para a posição nº 2 há necessidade de ler o texto com um pouco mais de atenção para que fique evidente a dificuldade, que se evidencia no versículo 6, o qual diz ser impossível que sejam reconduzidos ao arrependimento, ou seja, só há uma chance de salvação. Perdida a salvação, não há como recuperá-la, ao contrário do que afirmam, em geral, os defensores da posição nº 2.

Há autores que consideram que, no geral, não se perde a salvação por causa de pecados cometidos ao longo da vida, sendo reservada a impossibilidade de recondução ao arrependimento apenas para os casos de apostasia, ou seja, aquele que deliberadamente rejeita a Cristo após ter tido a experiência do novo nascimento e ter sido selado com o Espírito Santo.

Há autores que consideram que o texto é hipotético, pois o autor, logo após um texto tão duro, demonstra muito afeto aos seus leitores (pela primeira vez os chama de amados) e diz estar convicto de coisas melhores a respeito deles, coisas próprias da salvação (v.9).

Outros autores há que, fazendo uma interpretação sistêmica (levando em consideração toda revelação), afirmam ser este um trecho que estaria em correlação com o ensino da parábola do semeador (joio e trigo crescendo juntos) e do alerta de Jesus no Sermão da Montanha (nem todo o que me diz Senhor, Senhor entrará no Reino dos Céus), ou seja, há no seio da igreja pessoas que participam das bênçãos e do ensino da igreja que nunca tiveram de fato um encontro pessoal com Jesus, nunca experimentaram o novo nascimento, embora possam até ocupar cargos e conhecer o jargão eclesiástico.

Qualquer que seja a interpretação a passagem nos alerta a não sermos indolentes, negligentes, mas sim diligentes e operosos. Na vida cristã há espaço para a fé e para as obras. Há espaço para a contemplação e para o estudo. Fomos chamados para ser diligentes. Veja que no v.10 o autor fala de trabalho e de amor. Os leitores são instados a prosseguirem até o fim. O importante é como se termina a carreira cristã. Devemos manter a esperança, a fé e a paciência, imitando aqueles que nos precederam na caminhada da fé. Dessa forma receberemos a herança prometida.

Aguarde o nosso próximo estudo. Fique conosco!

 

 

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