Bem-vindos, internautas em geral e estudantes da Palavra de Deus em particular. Conforme prometido, estamos de volta para tratar sobre o tema que iniciamos no primeiro texto desta série, a qual trata sobre Escatologia Reformada.
Conforme visto no texto anterior, o foco principal de nosso estudo será as diferenças entre as interpretações acerca da 2ª vinda de Cristo e, consequentemente, sobre o chamado milênio. Volto a lembrar que as três principais correntes de interpretação escatológica, pré-milenistas, pós-milenistas e amilenistas, afirmam que Jesus virá uma segunda vez, o Juízo Final e o Estado Eterno para salvo e não-salvos.
Desejo iniciar falando sobre a mais desconhecida das correntes escatológicas, o Pós-milenismo. Esta corrente está meio fora de moda, digamos assim. Atualmente tem poucos adeptos, mas na virada do séc. XIX para o séc. XX foi bastante forte. Essa corrente tem como uma de suas características o otimismo com que vê o mundo e na virada do séc. XIX para o séc. XX o que não faltava era otimismo na Europa e nos Estados Unidos: os países europeus enriqueciam com a exploração de suas colônias na África, Ásia e Oceania. A Grã-Bretanha era o principal país do mundo e montara um “império onde o sol nunca se põe” e os Estados Unidos eram a grande potência emergente, enriquecendo exponencialmente. Era a chamada Belle Époque. Esse otimismo generalizado levou um golpe mortal após a I Guerra Mundial (1914-1918).
Quais os conceitos principais do Pós-milenismo? Bem, em primeiro lugar, lembremos que o termo diz respeito a QUANDO se dará a 2ª vinda de Cristo em relação aos mil anos referidos lá no capítulo 20.1-6 de Apocalipse. O Pós-milenismo não crê que esses mil anos são literais, mas dizem respeito a um longo período de tempo, cujo marco inicial é a morte-ressurreição-ascenção de Jesus.
Para os pós-milenistas os mil anos de acorrentamento de Satanás (Ap 20.2) coincide com o período da igreja, ou seja, o período que vai da morte-ressurreição-ascenção de Jesus até a sua 2ª vinda. Durante esse período, os valores do Reino de Deus paulatinamente irão influenciar a humanidade e suas instituições e leis, conduzindo o mundo paulatinamente a um período de paz e prosperidade, ao final do qual Jesus virá e instaurará o Juízo Final e o Estado Eterno. Para o pós-milenista não haverá arrebatamento (pelo menos não nos moldes afirmados pelos pré-milenistas).
Aqueles que gostam de História (por incrível que pareça eles existem!) logo vêm que o otimismo pós-milenista é baseado em bases muito pouco sólidas e a história da humanidade está aí para comprovar que o mundo, apesar de avanços científicos e tecnológicos, continua o mesmo nos quesitos moralidade, crueldade e pecaminosidade, só para citar alguns. O quesito PAZ também nunca foi alcançado de forma global em nenhum período da História. Essa interpretação pós-milenista não tem respaldo bíblico.
Ademais, essa transição imperceptível e gradativa para o Estado Eterno é totalmente contrário ao que o Apóstolo Pedro nos revela em II Pe 3.10-13, por exemplo.
Assim, apesar de generosa e apesar de alguns reformados abraçarem essa interpretação, o Pós-milenismo NÃO É a expressão da Escatologia Reformada, especialmente por seu fraco embasamento bíblico.
No próximo texto trataremos sobre o Pré-milenismo. Até lá. Não deixe de nos acompanhar.
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