ESTUDOS NA EPÍSTOLA AOS HEBREUS Nº 10

ESTUDOS NA EPÍSTOLA AOS HEBREUS Nº 10

ESTUDOS NA EPÍSTOLA AOS HEBREUS Nº 10

JESUS, SACERDOTE SEGUNDO A ORDEM DE MELQUISEDEQUE
Presb. Rubens Cartaxo Junior

RECORDANDO:

Autor: desconhecido;

Destinatários: Líderes judeus que aceitaram a mensagem de que Jesus era o Messias, mas que estavam titubeantes em sua decisão, visto que a maioria dos judeus não aceitaram tal mensagem, e estavam considerando retornar à antiga fé.

Propósito: Restaurar a confiança dos irmãos e fortalecer a convicção de que tinham tomado a decisão correta.

– Jesus é apresentado de forma majestosa, como Deus e como homem, o Filho de Deus. É apresentado como superior aos anjos, superior a Moisés e a Josué, e o autor faz várias advertências sobre descrer no que foi dito anteriormente e insta seus leitores a permanecerem firmes na fé. Fazendo uma ponte com o A.T., o autor apresenta Jesus como Sumo Sacerdote. No estudo anterior, vimos as bases da nossa confiança: Jesus é nossa âncora.

8.1 – O SUMO SACERDOTE MELQUISEDEQUE ( 7.1-10 )

Finalmente o autor conclui que está na hora de falar sobre o que ele antecipara: Jesus como sumo sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, e acerca do que dissera ter “muitas coisas que dizer” (5.11).

Antes de explicitar o sacerdócio de Jesus, o autor relembra seus leitores acerca de um personagem misterioso e marcante do Antigo Testamento, um personagem que teve um encontro com o Pai da nação israelita, Abraão.

O AT faz referência a esse personagem misterioso e maravilhoso em Gn 14.17-20 e Sl 110.4. Na passagem de Gênesis é dito claramente ser Melquisedeque “sacerdote do Deus vivo”. No salmo messiânico 110.4, o Messias é apontado como “sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque”. Repare que na narrativa de Gênesis, Melquisedeque traz uma refeição de pão e vinho, que compartilha com Abraão.

Mas, quem era esse Melquisedeque? Tanto Gênesis quanto a Carta aos Hebreus deixam claro que Melquisedeque era sacerdote do Deus vivo, que era rei de Salém, que significa “rei de paz” e “rei de justiça”. Salém é tido pelos estudiosos a antecessora de Jerusalém. Também temos que a Bíblia não se refere a sua ascendência ou a sua descendência, elementos importantíssimos nas culturas do AT, especialmente para um sacerdote. Ao apresentá-lo sem ascendência ou descendência, a Bíblia quer ressaltar o seu caráter de permanência. Ele é apresentado como sacerdote do Deus vivo e assim permanece, pois não há registro de sua morte. Dessa forma, ele é um tipo de Cristo, o Messias. Autores há, inclusive, que enxergam em Melquisedeque o próprio Cristo em uma de suas cristofanias.

O fato que o autor quer ressaltar com a figura de Melquisedeque e seu encontro com Abraão é que o Pai da Fé estava retornando de uma vitoriosa campanha militar, ao cabo da qual ele derrotara o rei Querdolaomer e seus aliados e recuperado o despojo tomado por aqueles reis, bem como libertado seu sobrinho Ló, que fora feito prisioneiro, e que Abraão reconheceu a superioridade de Melquisedeque sobre si.

Ora, é mais do que óbvio que aquele que abençoa é superior ao que é abençoado. Bem como é evidente que o dízimo é entregue a quem lhe é superior.

No encontro de Melquisedeque com Abraão, temos os dois elementos que atestam a superioridade de Melquisedeque sobre Abraão: O primeiro abençoa o segundo e o segundo entrega o dízimo ao primeiro.

Em vista dessa realidade, o autor de Hebreus deixa claro que o sacerdócio de Melquisedeque era superior ao sacerdócio levítico, posto que Levi estava, potencialmente, em Abraão, entregando o dízimo a Melquisedeque e sendo por ele abençoado.

Assim, o autor deixa claro que sendo Jesus sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, como já afirmara antes, seu sacerdócio é superior ao sacerdócio levítico.

8.2 – JESUS É SEMELHANTE A MELQUISEDEQUE ( 7.11-28 )

Depois de estabelecer a superioridade de Melquisedeque sobre Abraão e estabelecer que Jesus é sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, o autor de Hebreus deixa claro duas coisas: 1. Não é possível alcançar a perfeição através do sacerdócio levítico; 2. Havia, portanto, necessidade de que o sacerdócio levítico fosse substituído por um sacerdócio superior. E essa mudança de sacerdócio implicaria necessariamente na mudança de lei. Segundo a lei mosaica, Jesus, da linhagem da tribo de Judá, nunca poderia ser sacerdote e muito menos sumo-sacerdote.

Assim, Jesus não depende de sua linhagem para ser sacerdote, ele conquistou esse direito “segundo o poder de uma vida indestrutível” (16b). Surgindo o novo, o antigo é revogado, posto que não era capaz de aperfeiçoar nada (19). A Nova Aliança, portanto é superior.

O autor de Hebreus ainda ressalta que Jesus, ao contrário dos sacerdotes levitas, foi constituído sacerdote para sempre mediante um juramento feito pelo próprio Deus (20-21). Tal juramento o fez a garantia de uma aliança superior à Antiga Aliança.

Demonstrando a superioridade de Jesus como sacerdote sobre os sacerdotes aarônicos, o autor ressalta que os sacerdotes da Antiga Aliança são substituídos, pois eles morrem, mas Jesus permanece eternamente e tem, portando um sacerdócio perene. Por causa disso “ele é capaz de salvar definitivamente aqueles que, por meio dele, aproximam-se de Deus, pois vive sempre para interceder por eles” (25).

Em seguida, o autor mostra o que os homens precisam: um sacerdote santo, inculpável, separado dos pecadores e exaltado acima dos céus, que não necessita oferecer sacrifícios diários, primeiro por si e depois pelo povo. Ele mesmo foi o sacrifício perfeito. Ele mesmo se ofereceu de uma vez por todas. Seu sacrifício é único, perfeito e irrepetível, não precisa ser complementado e nem repetido. O juramento do Pai, que veio depois da Lei, “constituiu o Filho perfeito para sempre” (28b).

Aguarde o nosso próximo estudo. Fique conosco!

Leave a Reply